quinta-feira, 29 de abril de 2010

Poesia Matemática

Eu gosto muito de matemática, e um amigo parece ser fã também.
Recebi a poesia por e-mail e achei interessante colocá-la aqui.
Eu mudei a aparência do texto, mas não seu conteúdo.
Coloquei algumas vírgulas aqui e ali, mas nada que mexa no contexto da coisa.

O texto é de Millôr fernandes.

Poesia Matemática

Às folhas tantas do livro matemático um Quociente apaixonou-se um dia doidamente por uma Incógnita.
Olhou-a com seu olhar inumerável e viu-a do ápice à base uma figura ímpar; olhos rombóides, boca trapezóide, corpo retangular, seios esferóides.
Fez de sua uma vida paralela à dela até que se encontraram no infinito.
"Quem és tu?", indagou ele em ânsia radical.
"Sou a soma do quadrado dos catetos. Mas pode me chamar de Hipotenusa."
E de falarem descobriram que eram(o que em aritmética corresponde a almas irmãs) primos entre si.
E assim se amaram ao quadrado da velocidade da luz numa sexta potenciação traçando ao sabor do momento e da paixão, retas, curvas, círculos e linhas sinoidais nos jardins da quarta dimensão.
Escandalizaram os ortodoxos das fórmulas euclidianas e os exegetas do Universo Finito. Romperam convenções newtonianas e pitagóricas. E enfim resolveram se casar, constituir um lar; mais que um lar, uma perpendicular.
Convidaram para padrinhos o Poliedro e a Bissetriz. E fizeram planos, equações e diagramas para o futuro sonhando com uma felicidade integral e diferencial.
E se casaram e tiveram uma secante e três cones muito engraçadinhos.
Foram felizes até aquele dia em que tudo vira, afinal, monotonia. Foi então que surgiu o Máximo Divisor Comum. Freqüentador de círculos concêntricos, viciosos. Ofereceu a ela uma grandeza absoluta e reduziu-a a um denominador comum.
Ele, Quociente, percebeu que com ela não formava mais um todo, uma unidade.
Era o triângulo, tanto chamado amoroso. Desse problema ela era uma fração, a mais ordinária.
Mas foi então que Einstein descobriu a Relatividade e tudo que era espúrio passou a ser moralidade como, aliás, em qualquer sociedade.

terça-feira, 6 de abril de 2010

If I were a rich man


Vou colocar a letra em inglês, apenas, porque estou com preguiça de traduzí-la.
Essa música é de Chaim Topol, e faz parte do musical "O violinista no telhado", ou Fiddler on the roof no original.

"Dear God, you made many, many poor people.
I realize, of course, that it's no shame to be poor.
But it's no great honor either!
So, what would have been so terrible if I had a small fortune?"

If I were a rich man,
Ya ha deedle deedle, bubba bubba deedle deedle dum.
All day long I'd biddy biddy bum.
If I were a wealthy man.
I wouldn't have to work hard.
Ya ha deedle deedle, bubba bubba deedle deedle dum.
If I were a biddy biddy rich,
Yidle-diddle-didle-didle man.

I'd build a big tall house with rooms by the dozen,
Right in the middle of the town.
A fine tin roof with real wooden floors below.
There would be one long staircase just going up,
And one even longer coming down,
And one more leading nowhere, just for show.

I'd fill my yard with chicks and turkeys and geese and ducks
For the town to see and hear.
(Insert)Squawking just as noisily as they can. (End Insert)
And each loud "cheep" and "swaqwk" and "honk" and "quack"
Would land like a trumpet on the ear,
As if to say "Here lives a wealthy man."

If I were a rich man,
Ya ha deedle deedle, bubba bubba deedle deedle dum.
All day long I'd biddy biddy bum.
If I were a wealthy man.
I wouldn't have to work hard.
Ya ha deedle deedle, bubba bubba deedle deedle dum.
If I were a biddy biddy rich,
Yidle-diddle-didle-didle man.

I see my wife, my Golde, looking like a rich man's wife
With a proper double-chin.
Supervising meals to her heart's delight.
I see her putting on airs and strutting like a peacock.
Oy, what a happy mood she's in.
Screaming at the servants, day and night.

The most important men in town would come to fawn on me!
They would ask me to advise them,
Like a Solomon the Wise.
"If you please, Reb Tevye..."
"Pardon me, Reb Tevye..."
Posing problems that would cross a rabbi's eyes!
And it won't make one bit of difference if i answer right or wrong.
When you're rich, they think you really know!

If I were rich, I'd have the time that I lack
To sit in the synagogue and pray.
And maybe have a seat by the Eastern wall.
And I'd discuss the holy books with the learned men, several hours every day.
That would be the sweetest thing of all.

If I were a rich man,
Ya ha deedle deedle, bubba bubba deedle deedle dum.
All day long I'd biddy biddy bum.
If I were a wealthy man.
I wouldn't have to work hard.
Ya ha deedle deedle, bubba bubba deedle deedle dum.
(Delete)If I were a biddy biddy rich,
Yidle-diddle-didle-didle man. (End Delete)
(Insert) Lord who mad ethe lion and the lamb,
You decreed I should be what I am.
Would it spoil some vast eternal plan?
If I were a wealthy man.

Trânsito

Hey! Bem, tem esse livro da Cecília Meireles chamado Mar Absoluto/Retrato Natural, com umas coisa bem dramáticas. Mas tem um poema (provavelmente há outros) bem bacana que vou compartilhar com vocês.

Trânsito

Tal qual me vês,
há séculos em mim:
números, nomes, o lugar dos mundos
e o poder do sem fim.

Inútil perguntar
por palavras que disse
histórias vãs de circunstância,
coisas de desespero ou de meiguice.

(Mísera concessão,
no trajeto que faço:
postal de viagem, endereço efêmero,
álibi para a sombra do meu passo...)

Começo mais além:
onde isso tudo acaba, e é solidão.
Onde se abraçam terra e céu, caladamente,
e nada mais precisa explicação.


Aí minha pergunta.
Ela pensou nisso durante o trânsito - porque muitas reflexões surgem de engarrafamentos -? ou ela quis dizer o trânsito da vida? Com muito para fazer e muito impedimento? Ou ela quis dizer que, depois que o trânsito acaba, o que encontramos é a morte?

Porque ela retrata a morte, logo depois do fim do trânsito.

Então o trânsito é bom? O que podemos tirar de bom do trânsito?

Nossa, tem tantas perguntas e respostas que daria um bonito nó aqui.

Enfim, pensem nisso.