sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Momentos epifânicos

Gente, tive um momento epifânico. Faz muito tempo (não muito da quantidade anos, mas acho que uns 2 meses).

Estava conversando no msn, quando pensei que fosse o último dia do pagamento da Unicamp e entrei em colapso, disse para meu amigo que teria de sair, e que depois falaria com ele. E tão simples assim, desliguei o laptop e fechei. Quando fez o clack (porque uso um pouco mais de força do que o devido), caiu a ficha de que o msn é uma mentira. Você está falando então você fecha tudo e pronto, acabou. É como fechar a porta na cara de alguém, ou como desligar na cara da pessoa. É uma coisa egoísta, você faz o que quer, então sai.

Eu me perguntei como meu amigo se sentiu, mas não perguntei a ele. E acho que nunca perguntarei, afinal.

Foi uma coisa tão intensa que eu até esqueci o que ia fazer. No final das contas, não era o último dia, meu pai já tinha pagado e estava tudo certo. Mas a ficha só teria caído se tivesse entrado em desespero, caso contrário... Quem sabe?



Outra coisa foi no meio de um enterro. Sério, todo o respeito às pessoas que fazem e vão e talz, mas eu achei tão desnecessário colocar a pessoa exposta a tudo e a todos. Meu, ela MORREU, para que colocar a pessoa MORTA no caixão para que os outros vejam?

É uma espécie de adoração, como se as pessoas quisessem prolongar o tempo com a outra, a memória que tem da outra.

Desde esse momento, disse aos meus pais que não queria enterro.




Enfim, tenho momentos desses ao longo dos dias, mas alguns são tão idiotas que me esqueço deles.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

domingo, 5 de setembro de 2010

A Variante (parte de um outro texto)

Hah, não me aguentei.

"... e uma sensação sufocante caiu sobre ele: o que sentia por ela?

Vendo-a ali, com o suor escorrendo por suas têmporas, os cachos emoldurando-lhe o rosto e a boca semi-aberta, como que preparada para receber um beijo de alguém, prepara para ser tomada como nunca fora antes, ele soube.

Talvez ele já soubesse, talvez há tivesse resposta para aquela pergunta, talvez fosse tão óbvio que nunca houve realmente alguma dúvida.

Ele a amava?

Sim, como todo o ímpeto de seu seer, desde o mais profundo daquilo que ele podia chamar de alma. Vivia cada dia para ela, por ela, com ela; acreditava que ela era mais essencial para sua existência do que o oxigênio para a existência deles.

Por sinal, vê-la como estava agora [não vou colocar essa parte porque só queria colocar a parte sentimental da coisa] era torturante, angustiante. Só ela podia sentí-lo, apenas ela sabia que ele estava lá, mas ele parecia preso num sonho, não a sentia, não conseguia fazer com que ela o escutasse. Na verdade, apenas em momentos como aquele, em que tinha certeza do amor que sentia, que conseguia uma reação da parte dela, apenas quando o desejo e o amor se fundiam em um só é que tinha certeza de que aquilo que tinham, seja lá o que fosse, não era uma mentira."


Ow menina com água no cérebro do meu S2, nem que seja por resposta, ou que vc tenha também acesso ao meu blog, seria bacana você me mostrar os seus textos e a gente já ir imaginando/programando uma sinopse/ordem de acontecimentos. Pode pedir ajuda pro seu super boy.

Beijão.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Justiça/Injustiça


[359b-360a] Glauco: vamos provar que a justiça só é praticada contra
a própria vontade dos indivíduos e devido à incapacidade de se fazer a
injustiça, imaginando o que se segue. Vamos supor que se dê ao homem de bem e aos injustos igual poder de fazer o que quiserem, seguindo-o para ver até onde os leva a paixão. Veremos com surpresa o homem de bem tomar o mesmo caminho que o injusto, este impulsionado a querer sempre mais, impulso que se encontrar em toda natureza, mas ao qual a força da lei impõe limites. O melhor meio de testá-los da maneira como digo seria dar-lhe o mesmo poder que, segundo dizem, teve Giges, o antepassado do rei da Lídia.

Giges era um pastor a serviço do então soberano da Lídia. Devido a uma
terrível tempestade e a um terremoto, abriu-se uma fenda no chão no local onde pastoreava o seu rebanho. Movido pela curiosidade, desceu pela fenda e viu, admirado, um cavalo de bronze, oco, com aberturas. E ao olhar através de uma das aberturas viu um homem de estatura gigantesca que parecia estar morto. O homem estava nu e tinha apenas um anel de ouro na mão. Giges o pegou e foi embora.
Mais tarde, tendo os pastores se reunido, como de hábito, para fazer
um relatório sobre os rebanhos ao rei, Giges compareceu à reunião usando o anel. Sentado entre os pastores, girou por acaso o anel, virando a pedra para o lado de dentro de sua mão, e imediatamente tornou-se invisível para os outros, que falavam dele como se não estivesse ali, o que o deixou muito espantado. Girou de novo o anel, rodando a pedra para fora, e tornou-se novamente visível. Perplexo, repetiu o feito para certificar-se de que o anel tinha esse poder e concluiu que ao virar a pedra para dentro tornava-se invisível e ao girá-la para fora voltava a ser visível.
Tendo certeza disso, juntou-se aos pastores que iriam até o rei como
representantes do grupo. Chegando ao palácio, seduziu a rainha e com a ajuda dela atacou e matou o soberano, apoderando-se do trono.

Vamos supor agora que existam dois anéis como este e que seja dado um ao justo e outro ao injusto. Ao que parece não encontraremos ninguém suficientemente dotado de força de vontade para permanecer justo e resistir à tentação de tomrar o que pertence a outro, já que poderia impunemente tomar o que quisesse no mercado, invadir as casas e ter relações sexuais com quem quisesse, matar e quebrar as armas dos
outros. Em suma, agir como se fosse um deus. Nada o distinguiria do
injusto, ambos tenderiam a fazer o mesmo e veríamos nisso a prova de que ninguém é justo porque deseja, mas por imposição.
A justiça não é, portanto, uma qualidade individual, pois sempre que
acreditarmos que podemos praticar atos injustos não deixaremos de fazê-lo.

De fato, todos os homens creem que a injustiça lhes traz individualmente
mais vantagens do que a justiça, e têm razão, se levarmos em conta os adeptos dessa doutrina. Se um homem que tivesse tal poder não consentisse nunca em cometer um ato injusto e tomar o que quisesse de outro, acabaria por ser considerado, por aqueles que conhecessem o seu segredo, como o mais infeliz e tolo dos homens. Não deixariam de elogiar publicamente a sua virtude, mas para disfarçarem, por receio de sofrerem eles próprios algumas injustiça. Era isso o que tinha a dizer.


Texto tirado do livro "Textos Básicos de ÉTICA de Platão a Foucault", de Danilo Marcondes.

Muito bom, falae.

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Haffik

Seguinte povo, eu tenho um amigo que escreve uns SUPER poemas, e eu pensei em fazer esse mês, o mês do Haffik. Cada dia vou colocar um poema dele (a partir da semana que vem).

Então, o nome dele é André Haffik não sei o que, ele tem 17 (ou 16 ainda?) anos. Eu gosto muito da maneira implícita que ele fala da entrega dos amantes, da maneira explícita que ele trata o amor, e até a morte. Os poemas tristes são tristes mesmo, não a ponto de te fazer chorar, mas quase. Ele ama colocar rimas internas nos poemas e externas também. É super exigente com relação a tudo isso.

Então, a partir de... quarta? Eu começo a colocar os poemas dele aqui. Vou avisando de antemão porque talvez eu não escreva nada meu durante esse tempo.

Bjão.