Hey! Bem, tem esse livro da Cecília Meireles chamado Mar Absoluto/Retrato Natural, com umas coisa bem dramáticas. Mas tem um poema (provavelmente há outros) bem bacana que vou compartilhar com vocês.
Trânsito
Tal qual me vês,
há séculos em mim:
números, nomes, o lugar dos mundos
e o poder do sem fim.
Inútil perguntar
por palavras que disse
histórias vãs de circunstância,
coisas de desespero ou de meiguice.
(Mísera concessão,
no trajeto que faço:
postal de viagem, endereço efêmero,
álibi para a sombra do meu passo...)
Começo mais além:
onde isso tudo acaba, e é solidão.
Onde se abraçam terra e céu, caladamente,
e nada mais precisa explicação.
Aí minha pergunta.
Ela pensou nisso durante o trânsito - porque muitas reflexões surgem de engarrafamentos -? ou ela quis dizer o trânsito da vida? Com muito para fazer e muito impedimento? Ou ela quis dizer que, depois que o trânsito acaba, o que encontramos é a morte?
Porque ela retrata a morte, logo depois do fim do trânsito.
Então o trânsito é bom? O que podemos tirar de bom do trânsito?
Nossa, tem tantas perguntas e respostas que daria um bonito nó aqui.
Enfim, pensem nisso.
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