terça-feira, 6 de abril de 2010

Trânsito

Hey! Bem, tem esse livro da Cecília Meireles chamado Mar Absoluto/Retrato Natural, com umas coisa bem dramáticas. Mas tem um poema (provavelmente há outros) bem bacana que vou compartilhar com vocês.

Trânsito

Tal qual me vês,
há séculos em mim:
números, nomes, o lugar dos mundos
e o poder do sem fim.

Inútil perguntar
por palavras que disse
histórias vãs de circunstância,
coisas de desespero ou de meiguice.

(Mísera concessão,
no trajeto que faço:
postal de viagem, endereço efêmero,
álibi para a sombra do meu passo...)

Começo mais além:
onde isso tudo acaba, e é solidão.
Onde se abraçam terra e céu, caladamente,
e nada mais precisa explicação.


Aí minha pergunta.
Ela pensou nisso durante o trânsito - porque muitas reflexões surgem de engarrafamentos -? ou ela quis dizer o trânsito da vida? Com muito para fazer e muito impedimento? Ou ela quis dizer que, depois que o trânsito acaba, o que encontramos é a morte?

Porque ela retrata a morte, logo depois do fim do trânsito.

Então o trânsito é bom? O que podemos tirar de bom do trânsito?

Nossa, tem tantas perguntas e respostas que daria um bonito nó aqui.

Enfim, pensem nisso.

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